domingo, 6 de março de 2011

O cinema e nossas ilusões

Recentemente aconteceu mais uma entrega do prêmio Oscar de cinema, todo mundo ficou curioso pra saber quem seriam os premiados, o melhor filme, os melhores atores e atrizes, etc. Nestes acontecimentos me lembro da influência que o cinema e a TV pode ter sobre nós quando nos deixamos levar pela fantasia.

Às vezes acho que sonho pouco, outras vezes acho que muito, e algumas vezes sonho não alto, mas profundo demais. Tenho coração mole pra algumas coisas e às vezes odeio me deixar levar por sonhos "holywoodianos", por assim dizer. O cinema desperta algumas emoções e alguns sonhos que temos dentro de nós. Quem nunca assistiu um filme e não se emocionou? Quem nunca viu uma história cinematográfica de amor e ficou triste por não ter ninguém, ou por ter perdido alguém, ou por não ter tido uma história assim?

Há uns 6 anos atrás, numa reunião de uma célula da igreja, uma mulher por volta de 45 anos, solteira e mãe de uma filha já moça, disse que não assistia mais filmes com temática romântica porque cansou de sofrer, de sonhar com uma coisa que ela disse que nunca vai acontecer com ela: encontrar alguém, viver um amor verdadeiro. Eu nunca me esqueci disto, não sei porque, mas deve ser porque eu sentia pena de sua sensação de solidão, de não ver um sonho tão importante não realizado, ou por achar que talvez ela fantasiasse demais, queria transformar ficção em realidade. Hoje eu sinto uma pena a mais por ela, a de ela ter desistido de acreditar que ainda tem jeito, mesmo que diferente do esperado, que a vida não acabou. Tenho uma tia que foi se casar só com uns 50 anos e vive muito bem com seu marido. Certas coisas nos abatem mesmo, mas não podem nos tornar céticos quanto a uma mudança, uma reviravolta na vida.

Seria tão bom se a vida fosse uma comédia romântica, daquelas divertidas, com reviravoltas, mas com um final feliz e tudo nos conformes. Eu não fico fantasiando roteiros de histórias de amor, como as situações de conquista e descoberta da mulher da minha vida e tudo mais (já fiz isto), mas a fantasia que mais tive vontade que acontecesse comigo fosse aquele clichê cinematográfico onde o rapaz e a moça, desde a infância ou adolescência, são os melhores amigos e com o tempo a amizade se transforma em amor e ambos descobrem que nada valeria a pena se os dois não ficassem juntos, mesmo eles sendo pressionados pelos amigos a ficarem com todos(as) do colégio, eles só conheceriam um ao outro, mais ninguém. Nunca liguei pra quantidade, se eu pudesse ter escolhido um roteiro pra minha vida sentimental teria sido este, mas nos meus trinta e poucos anos me acho velho demais pra isto (risos), embora a idéia da amizade evoluir pra algo mais profundo ainda seja a que mais me atraiu a vida toda, mas isto poderia levar muitos anos e eu já perdi tanto tempo, minha solidão tem pressa.

Algumas histórias te marcam, você de alguma forma as absorve, e geralmente acontece porque ou você se identifica com algum personagem ou queria viver algo assim, mesmo sabendo que é fictício. Por exemplo, uma das histórias que mais me marcaram foi a de Ross e Rachel da série Friends (minha série predileta). Em muitos aspectos me enxergo na personalidade do Ross, como quando não contava pra Rachel o que sentia por ela desde muitos anos, por julgá-la inatingível, já que ela não o via como homem, apenas o irmão bobo da amiga (#fato). Anos mais tarde se tornou um bom amigo dela e ainda assim achava que nunca teria chance, pois ela só o via como amigo, só foi descoberto porque seu amigo Chandler o entregou sem querer. A sensação de "ela é demais para mim" ou ela nunca vai me notar sempre me atormentaram desde criança também. É até engraçado, o fracasso do personagem Chandler com as mulheres também me fazia identificar um pouco com ele neste aspecto, e a gente faz piada de nós mesmos também, enfim, nos vemos nas semelhanças com cada personagem. Mas ainda preciso superar alguns complexos que nem sempre são reais, apesar de baseados na experiência adquirida ao longo da vida. (Só pra constar, eu não fantasio a história deles pra minha vida, Ok? ...risos... Detestaria a idéia de ver minha "Rachel" com outros e eu a ver navios...risos...)

O cinema também pode ser visto como uma janela que mostra sonhos escondidos em nossa alma e ainda não tínhamos idéia de que estavam lá. Pode nos despertar para algo que não havíamos sequer imaginado e influenciar nossa vida tanto positivamente quanto negativamente, pois o cinema é um formador de opinião também. Ele pode te fazer mal? Sim, mas só se você se deixar influenciar por uma coisa que não deveria, como muita gente faz. Por outro lado pode abrir horizontes, dependendo do assunto, basta nosso filtro estar apurado pra reter o que é bom e descartar o que é ruim.

Não somos mais crianças que ficam atemorizadas por ter visto um filme de terror e ficam com medo de escuro ou de algo que as faça lembrar das cenas do filme, já crescemos. E se não podemos agir mais como crianças tampouco podemos agir como alienados que fantasiam uma vida irreal, uma história absurda e impossível só porque é bonitinha e romântica, sabemos que é ilusão. Nem podemos desejar uma vida fictícia que sabemos ser totalmente fora da vontade de Deus, por mais divertida que ela seja na tela da TV.

Somos todos roteiristas, escrevemos nossa história, mas o roteiro de nossas vidas deve estar entregue nas mãos Daquele que é o supremo criador e diretor do nosso filme chamado "Eu, pessoa". Jesus certamente tem um script melhor que os nossos sonhos, ainda que o melhor Dele seja um filme difícil de entender. Se sonhamos viver uma comédia, talvez no script Dele esteja um drama, e se isto aconteceu certamente é porque tem um propósito melhor que a nossa comédia, pode apostar nisto. Mas é bom lembrar que às vezes vivemos um drama por causa dos nossos próprios erros, porque saímos do script original Dele e nos lascamos. Felizmente Ele sempre tem um roteiro adaptado para estes casos e vai nos ajudar a suportar as consequências desta saída.

No filme que Jesus escreve pra nós não há impossíveis, quero dizer com isto que as nossas fantasias ilusórias não estão no Seu script, mas somente os sonhos saudáveis. O final deste filme já sabemos, e sabe do melhor? É muito bom saber este final antes de assistir todo o filme, pois é a certeza da nossa vitória, a certeza que estaremos ao lado Dele na glória. É isto que nos traz esperança e paz nas cenas dramáticas da vida.

6 comentários:

  1. Ê maninho...

    Bom demais te ler...Lembrei de umas mensagens do Ed René que falam da história de Deus e o Deus na história e que se resumem basicamente no aspecto de que por trás da nossa história que está sendo escrita, há a história Dele sendo escrita.
    E o script Dele é lindo e cheio de dramas, aventuras, comédias e emoções.

    DTA

    Abraços

    =)

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  2. Verdade, mana, o script Dele é fantástico!

    Vou ver se acho algumas mensagens do Ed René lá no site da IBAB.

    DTA tb!
    Bjo!

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  3. Essas que mencionei achei no 4shared (chamam a História de Deus e o Deus da história)...esqueci de comentar que AMO Friends tb...uma vez torci o pé e fiquei de molho um mês, sem poder pisar no chão, meu consolo era a companhia deles...hehehehe

    =)

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  4. Vou procurar lá!

    rsrsrs... Eu comprei as 10 temporadas de Friends há alguns anos atrás.
    (misericórdia, é pirata, mas abbaif the case, como vc mesmo disse uma vez...rsrs)

    :)

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  5. Captei um fala sua q me chamou atenção: AMO de paixão tbm Friends, ficava pensando que aquelas histórias tinham muito de minha histórias com meus amigos, umasmais fantasiosas, outars mais verossímeis. Até hj assisto as reprises, rsrs. Entendo vc qnd disse q o Ross se achava "um pouco dmais " para a Rachel, acredite,isso acontece td hr com pessoas legais e q por um simples não ou o esboço dele, passaram a pensar o resto de sua vidas q n são dignas de viver um grande amor, melhor até q esses de filmes. Eu ja me senti assim: após a rejeição de um garoto da escola, o mais popular, q 'ficou" c tds minahs amigas, menos comgo. Vc acredita q isso causou interferencia em meus relacionamentos ja na idade adulta? Pois é...a gente precisa mesmo é livrar-se dos fantasmas do passado para poder vivenciar o prepsente e o futuro.E dai se que quebrar a cara de nv? E outra vez? o importante é q eu tentei, e aprendi...Hj sei do meu valor, q ele não é mensurado por outrem, mas por mim. Eu quantifico quanto valho,e quem deve merecer esse valor. (ô auto-estima abençoada rsrsr) Bjs mano.

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  6. Oi Elídia!
    Tem um filme com o Will Smith (Hitch, conselheiro amoroso) que acho q reflete muito bem esta situação que muitos passam por ela, me encaixo muito bem nos pacientes dele. Se fosse real já o teria procurado...rsrsrs

    Eu ainda estou aprendendo a lidar com esta sensação, mas geralmente quis antes q me quisessem e não queriam, e quem me queria eu não queria, complicado. O "complexo" é em parte fruto do q vivi, sempre foi assim e provavelmente vai ser até eu bater na porta do coração certo. Não é motivo pra desespero, apesar de sempre ser uma situação ruim.

    Mas eu sei do meu valor, pelo menos isto... rsrs... Sou do tipo q não aceita ser esnobado nem desvalorizado, nas vezes q fui (não muitas) serviu como combustível pra ignorar a situação e não sofrer com isto, mas deixar pra lá e tocar o barco. Este tipo de orgulho é uma auto-defesa, um "mal" necessário.

    Bjo, mana!

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