domingo, 17 de abril de 2011

O amor que quero


O amor que quero chora
não por minha causa, mas comigo.
O amor que quero sorri
não por causa de minhas bobeiras, mas por estar perto de mim.

O amor que quero é livre para ir a hora que quiser
mas não quer estar em nenhum outro lugar enquanto vivermos.
O amor que quero é sincero e transparente
não me deixa inseguro sobre o sente por mim.

O amor que quero é inabalável
é um porto seguro em meio às tempestades da vida.
O amor que quero é estável
não muda conforme a situação financeira ou de saúde.

O amor que quero é um rio perene
suas águas tranquilas nos abastecerão nos períodos de seca.
O amor que quero é um fogo que não consome
suas chamas sempre acesas não deixarão nossos corações esfriarem.

O amor que quero se doa
não para receber algo em troca, mas porque gosta de me fazer o bem.
O amor que quero se entrega
não pensa só nos seus caprichos, entende que também precisa cuidar de mim.

O amor que quero sabe o que quer
não quer ninguém além de mim, nem sente mais nada por alguém do passado.
O amor que quero sonha
não com outra pessoa, mas comigo.

O amor que quero consegue viver sem mim
apesar de sentir a minha falta.
O amor que quero morreria por mim
apesar de eu nunca aceitar que fizesse tal coisa.

O amor que quero é verdadeiro
sua autenticidade se comprova nos olhos.
O amor que quero é sério
não brinca com sentimentos nem faz estes jogos nada interessantes.

O amor que quero supera a barreira do tempo
não vive só de momentos, mas faz deles uma lembrança eterna.
O amor que quero é paciente
não tem pressa pra chegar no fim da nossa história.

O amor que quero não sei se vou encontrar
mas é o que sempre quis oferecer.
O amor que quero é um sonho talvez impossível
mas não consigo fechar os olhos enquanto espero sua chegada.

sábado, 16 de abril de 2011

Risco duplo

Há alguns bons anos atrás (não tantos assim, ainda sou um jovem mancebo...risos...) assisti um filme chamado Risco Duplo. O filme era sobre uma mulher que saiu para velejar com o marido e acordou suja de sangue, sozinha e com uma faca ensaguentada na mão. O corpo do marido não foi encontrado no barco (parecia ter sido jogado no mar) e ela foi condenada por homicídio injustamente. Depois de uns 10 anos na prisão ela descobre sem querer que o seu marido está vivo e fugiu com seu filho e uma ex-amiga, só não sabe onde estão. Segundo o filme a justiça americana aborda um caso interessante, chamado risco duplo; ela estabelece que uma pessoa não pode ser condenada mais de uma vez pelo mesmo crime. Sendo assim, como ela já estava pagando pelo assassinato ela poderia matá-lo sem problema nenhum, pois já tinha sido condenada por isto. Ao conseguir liberdade condicional ela começou uma investigação "secreta" para encontrar o filho e o marido e se vingar.

O resto do filme eu não vou contar em respeito a você, querido(a) leitor(a), afinal não sei se você já o assistiu. Entretanto, se for assistir, fique bem atento(a) no final quando ela vai matar o marido numa igreja Universal mas é liberta do demônio Exu Vingador. Aí ela aceita Jesus, dá o dízimo e uma oferta de fé e ela tem seu casamento restaurado e sua vida é toda restaurada se tornando uma empresária de sucesso no ramo de jóias (...risos... é claro que estou zoando, o final não é este, na verdade ela atirou nele na gruta dos milagres e a bala não perfurou e voltou contra ela...).

Bom, voltemos ao texto, não quero chamar a atenção para o filme em si, mas para esta "brecha" da lei americana chamada risco duplo (não sei se é fictícia). O que ela tem a ver com nossa vida cristã? Muito, eu diria. Jesus foi condenado por todos os nossos pecados cometidos (passados e futuros), tudo já foi pago e nenhuma condenação há para os que estão Nele e glória a Deus por isto! Mas muitas vezes agimos igualmente àquela mulher, usamos de uma "impunidade legal" para cometemos obstinadamente nossos "delitos criminosos" (pecados), por sabemos que eles já foram julgados e condenados, não sendo mais passíveis de condenação eterna para nós.

É muito fácil afrouxarmos nossa vigilância no que se diz respeito a santidade ao vislumbrarmos a graça de Deus. A gente não costuma valorizar o que vem de graça, o que vem fácil. E o sacrifício de Cristo veio fácil demais para nós, veio de mão beijada, a redenção caiu no nosso colo, e muitas vezes abusamos da liberdade que temos Nele para cometermos de novo e de novo algum "crime" nosso que O condenou em nosso lugar. A verdade é que banalizamos o sacrifício de Jesus e O crucificamos novamente quando escolhemos conscientemente pecar por pecar, por acharmos ser uma coisa "natural" do nosso ser, por mais bobo e inofensivo que pareça ser o pecado.

Todos nós somos pecadores, isto é um fato, nossa natureza é pecaminosa e o pecado (força) habita em nós e sempre seremos vítimas dele. Mas esta força pecaminosa não tem mais o mesmo domínio de antes sobre a gente; se temos o Espírito Santo e fomos chamados a ser nova criatura então fomos capacitados a resistir à tendência natural de pecar. Fomos capacitados a viver de uma forma que agrade ao Senhor. Isto porém não significa que não vamos pecar, vamos sim (e muito!), mas o pecado deixa de ser uma regra para ser uma exceção e infelizmente nos esquecemos que deveria ser assim.

O capítulo 6 do livro de Romanos nos alerta quanto a este tipo de coisa, coloca um limite em nossa liberdade apesar da Graça e nos chama a uma vida liberta da escravidão do pecado (força). É um chamado a uma auto-análise e devemos ser francos, sem justificativas falsas que nos escondem covardemente em nossa fragilidade e corruptibilidade humanas; é um pedido escancarado para nos esforçarmos em levar uma vida santa apesar de sempre estarmos sujeitos a repetir os mesmos erros; é um alerta pra não fazermos do erro uma rotina banal que entristece nosso Senhor.

Sigamos imperfeitos, pecadores, porém afastando de nossa vida todo o "risco duplo" que muitas vezes assumimos, afastando tudo que sabemos que não agrada a Deus, profundamente desejosos de agradá-Lo. Lembremos também que santidade é mais que ter um coração puro, uma vida pura, implica também em amar o próximo e se importar com ele, implica em amar a Deus acima de tudo e se entregar a Ele.

sábado, 9 de abril de 2011

Sobre mudanças e plenitude de vida

Você já passou pelo desejo de mudar, mas sua realidade ainda insistia em te dizer que não é possível, que não vai conseguir? Você já desistiu de mudar tudo o que queria (e precisava) e se contentou em mudar apenas o que é mais fácil? Já deixou pra lá uma mudança importante? Se sim, valeu a pena?

Somos limitadíssimos para algumas coisas, muitas vezes castramos nossos sonhos, nos contentamos em viver de forma medíocre, bem diferente do que Deus quer pra nós. Outras vezes empacamos nossa vida numa espera desnecessária, numa passividade que tenta tirar de nós uma responsabilidade que é nossa. Ela só tenta, mas nunca vai conseguir tirar esta responsabilidade.

Existem momentos que a coisa que a gente mais tem que pedir a Deus é que Ele abra nossos olhos pra enxergarmos tudo aquilo que precisa ser mudado em nós e também nos incomodar, nos perturbar mesmo, para que busquemos um processo de mudança profunda. Juntamente com o incômodo precisamos de sabedoria para saber tratar cada detalhe a ser mudado, senão de nada adiantará.

Por vezes me sinto num "mato sem cachorro", olho pra trás e vejo um passado tão vazio, tão mal vivido que penso "porque me permiti viver assim por tanto tempo?". Olho pro presente e vejo uma realidade nada animadora, fruto do que plantei no passado, olho pro futuro e me vejo incapaz de construir tudo que não fiz até então, de recuperar o tempo perdido. A única certeza sobre o meu futuro é que, sem uma intervenção divina, ele será uma repetição do passado.

"Quando eu sou fraco é que sou forte", já dizia o apóstolo Paulo. Palavras como esta devem inundar nosso ser quando a gente precisa vencer nossos "gigantes". Por mais pequenos e incapazes que nós sejamos, por mais abatidos e presos que estejamos, devemos nos lembrar que a força da qual precisamos pode ser suprida por Deus, só precisamos buscar. O Senhor se agrada em nos ajudar em nossas fraquezas, Ele quer nos capacitar a termos uma vida plena Nele, uma vida plena com nossos irmãos e conosco mesmos, a nossa força deve vir Dele.

O Senhor é muitíssimo bom, Sua misericórdia é incrível e Seu amor é imensurável, pena que muitas vezes esquecemos que Ele é o nosso pastor e quer cuidar de nós. Preciso sempre me lembrar de que minha "incapacidade" não quer dizer absolutamente nada quando Ele entra na batalha em meu favor. Não viemos a este mundo por acaso, não fomos escolhidos por sorteio. Não somos obra imperfeita (apesar de imperfeitos), nem vamos permanecer inacabados pra sempre. Deus começou a boa obra e vai terminar, Ele vai terminar porque Ele assim quer e sua vontade é soberana e graciosa. Ele quer nos transformar por completo, precisamos crer nisto de verdade.

Seria um bom estímulo pensarmos em o que faria Jesus se Ele fosse a gente, como será que Ele escolheria viver a nossa vida? Será que temos vivido de uma forma que Ele pode usar todo nosso potencial em favor do Reino? Será que vivemos a plenitude de vida que Ele quer pra nós? Será que não temos limitado o amor Dele em nós? Será que estamos frustrando os sonhos que Ele tinha pra nós tão somente se abríssemos nossos olhos? Será que Cristo vive mesmo em nós? Nós fomos chamados com um propósito: viver em Cristo, mas nossas dificuldades em lidar com a própria existência, o nosso eu, impedem que Ele viva plenamente em nós.

Que o Senhor possa viver em mim e em você de uma forma plena e que o amor Dele seja visto e revelado em nossas vidas.
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