sábado, 31 de julho de 2010

Que valor damos à Salvação?

Será que temos noção do que é realmente mais valioso? Do que realmente importa?
O que vale mais? A nossa salvação eterna ou o nosso bem-estar terreno?

Muitas vezes nos preocupamos tanto com nossa vida, afazeres e desejos que simplesmente o fato de termos a salvação em Cristo não significa nada. Se algo não está bom, então a vida toda é uma droga, não há motivos pra sorrir. E gratidão a Deus então, nem se fala, nós nos esquecemos de tudo que Ele fez por nós.

Somos ingratos muitas vezes por não darmos o real valor ao sacrifício de Jesus, que tinha por objetivo maior a salvação do homem. Isto atinge acho que a todos nós, infelizmente. Nós temos uma natural tendência a valorizar nossa vida carnal e precisamos sempre ficar atentos para o que realmente é mais precioso.

Já não bastasse sermos assim, é mais triste ainda ver que tantas igrejas (pseudo-evangélicas) dos nossos dias não dão valor nenhum à salvação, a ênfase deles está em dizer ao povo pra vir receber de Deus a solução para o seu problema. O lugar que era pra enfatizar o valor da salvação e mostrar ao povo a verdade simplesmente fechou os olhos para a mensagem da cruz. Parece até que Jesus morreu só pra isto, resolver problema! E nesta falácia criam um rebanho de sangue-sugas, que querem apenas o material, o sucesso, a felicidade, etc. Não que estas coisas sejam ilegítimas, não é isto que estou falando, mas o problema é o peso que se dá ao que é temporal e ao que é eterno. Simplesmente ignoram o eterno, tudo que fazem é pra ser abençoado e ter uma vida melhor AQUI na terra, mas isto é outro assunto.

Davi pediu a Deus pra restituir-lhe a alegria da salvação (Sl 51.12) porque ele sabia que isto era a coisa mais valiosa que ele já recebeu. Acredito também que ele sabia que só isto já era motivo de sobra pra não viver lamentando por nada nesta vida. Na teoria tudo isto é lindo, mas colocá-la em prática em meio a nossas dificuldades é um desafio a cada dia. 

Que Deus nos conceda mais esta graça.

"Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens." (1Co 15.19)

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Como saber se amo a Deus?

Por: Leonardo Gonçalves
Debati-me com esta pergunta durante todo o fim de semana, e provavelmente ela redundará no meu sermão deste domingo. “Como posso saber se realmente amo a Deus?” Como saber se meu amor não é fingido, hipócrita, fruto da conveniência ou um subproduto da religião?

Será quando faço o que é certo? Sim, talvez uma grande virtude moral possa ser a prova do meu amor por Deus. Contudo, o que dizer daquelas pessoas que fazem as coisas certas por motivos errados? Daqueles que não roubam, matam ou infringem leis porque tem medo de ir parar na prisão? Nem sempre aqueles que fazem o que é certo, o fazem pelas motivações corretas, de onde concluímos que não é fazendo coisas que demonstro que amo a Deus.

Será quando eu guardo os mandamentos? Pode ser. Jesus mesmo disse: “Se me amais, guardareis meus mandamentos”, logo, aquele que guarda os mandamentos pode estar amando a Deus. Porém, não devemos ignorar o fato de que no passado havia criaturas muito religiosas que guardavam muitos mandamentos, mas definitivamente não amavam a Deus, como por exemplo, os fariseus. E o que me impede de crer que mesmo hoje haja estas criaturas, que se camuflam na religião e fazem tudo que é certo, mas somente porque querem ser reconhecidos pelos demais? Por isso, guardar os mandamentos também não pode ser tomado como a “prova dos noves”.

Pode ser que medindo meu amor pelo meu irmão, encontre a resposta. Porém, devo admitir que amar os irmãos não é suficiente, e que é preciso aprender também a amar e a suportar quem é diferente de mim, pois se eu apenas cumprimentos os meus companheiros de fé, serei no máximo um fariseu melhorado.

Talvez se eu ajudar os necessitados. Mas o que dizer dos espíritas, que fazem isso o tempo todo? Será que eles amam a Deus de verdade somente porque entregam cestas básicas e fazem a “campanha do agasalho”? Certamente há algo mais, uma prova distintiva e irrefutável possa encerrar essa questão definitivamente.

Como saber se eu realmente amo a Deus? Voltamos, então, ao início de tudo.

Penso, porém, que a resposta mais cabível é esta: “Quando eu odeio o pecado”. Definitivamente isso pode provar se eu amo ou não a Deus. E não estou falando de não praticar o pecado, mas de odiá-lo mesmo quando casualmente tropecemos nele. Não são de Paulo as palavras “o que eu faço, isso aborreço”, isto é, odeio? Paulo não apenas odiava o pecado nos outros, mas em si mesmo.

Quando eu odeio o pecado, é porque eu odeio desapontar a Deus. É porque eu odeio tudo aquilo que impede a minha plena comunhão com ele. Quando odeio o pecado, descubro minhas verdadeiras motivações, e posso examiná-las, se são sinceras ou não. Qual foi a última vez que você sentiu ódio depois de cometer pecado? Quando foi a última vez que você sentiu ódio por ter levantado a voz para a sua esposa, ou por ter mentido para alguém? Na verdade, são tantas ações odiosas que cometemos que alguns leitores serão levados, em última instancia, a aborrecer (odiar) a própria vida. Porém, não é isso o que o cristianismo é? Aborrecer a sua velha vida com tudo de ruim que ela representa?

Existe ainda a questão: Odiar tanto pode transformar-me em um cristão deprimido?”. Não, obviamente. Odiar o pecado não faz de você um cristão amargado, mas um cristão arrependido. O caso é que se você é realmente salvo, você necessariamente amará as coisas que Deus ama e odiará as coisas que Deus detesta, e entre elas o pecado. E odiar o pecado não te transforma em um cristão sem graça, mas em um crente cheio da Graça de Deus.

No caminho do cristão existem algumas curvas, lombardas e buracos na estrada, nos quais as vezes você pode cair. Sei que isso vai totalmente contra o espírito dos cristãos triunfalistas dessa “nova era”, verdadeiros super-heróis com invejáveis predicados, super-crentes que nunca pecam ou caem. No entanto, se você é um verdadeiro cristão, então você certamente irá cair algum dia, isso porque não somos perfeitos e as vezes perdemos a luta contra o pecado. A diferença é que nunca estamos satisfeitos com este resultado. O crente que cai em pecado não se acomoda nunca. Ele é como o boxeador que ao perder, não se conforma com o resultado pede revanche.

Este é o tipo de pessoa que Deus quer que sejamos. Esse é o tipo de pessoa que ama a Deus!


Caro leitor,

Você realmente odeia o pecado? Em que proporção? A sua resposta a esta pergunta revelará a ti mesmo o tamanho do seu amor por Deus, porque não existe uma terceira via. Ou você ama o pecado, ou você ama a Deus, porque quem ama o pecado odeia ao Senhor.

Neste ponto certamente alguém dirá: “Espere um momento: Eu não odeio a Deus; eu simplesmente amo pecar”. A estes, quero dizer que existe algo ainda pior do que o ódio: a indiferença. Seja frio ou quente, porque ser indiferente é ainda pior do que odiar.


Fonte: [Blog do autor]

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Qual é o verdadeiro?


Todo cristão sabe que deve conhecer bem a Palavra de Deus, mas porque não o fazemos? Acredito que a maioria de nós deseja (ainda que pouco) entender "tudo" da bíblia e conhecer "tudo" sobre Deus, só que infelizmente muitos caem no erro de buscar isto sem gastar tempo e com o menor esforço possível.

Muitos de nós preferimos as conclusões e respostas já "mastigadas", geralmente as de algum "fulano de tal" que disse ou escreveu a respeito de certo tema bíblico. Por fim aceitamos aquilo como verdade sem ao menos examinar criteriosamente a fonte (a Palavra) para tirarmos as nossas próprias conclusões. A realidade é que simplesmente ignoramos os detalhes e não nos aprofundamos no conhecimento de nada, desta forma acabamos por nos tonar presas fáceis para um evangelho distorcido, pois não estamos atentos aos pequenos detalhes que falsificam a mensagem.

Como identificar que uma nota é falsa? Não tenho dúvidas de que esta distinção só é possível para uma pessoa que conhece bem os sutis detalhes da nota VERDADEIRA. Isto se aplica perfeitamente ao evangelho, só tem uma forma da gente não ser enganado por falsos ensinamentos: conhecendo o VERDADEIRO evangelho detalhadamente. Nossa capacidade de análise e julgamento depende do que sabemos, e se pouco sabemos, como discerniremos?

Precisamos abrir os olhos e criar resistência a este movimento pseudo-evangélico dos nossos dias, e talvez pra muitos de nós (me incluo nesta) o que falta é passarmos mais tempo procurando os detalhes que Deus nos revelou em Sua Palavra. A mentira precisa ser confrontada com a verdade, e para confrontá-la temos que conhecer toda a verdade a fim de argumentar com propriedade, só assim faremos alguma diferença.

Precisamos entender também que o conhecimento que adquirimos da Palavra não pode ser encarado como crescimento intelectual simplesmente, mas como alimento para a nossa alma acima de tudo. Cristianismo não é filosofia nem ciência, é vida pautada em princípios. E não podemos esquecer que um destes princípios é que não podemos nos julgar superiores a ninguém por termos mais conhecimento, isto seria farisaísmo.

sábado, 17 de julho de 2010

Paul Washer - Pregação Chocante


Uma verdade que nos confronta, sem rodeios, sem dó. Tem coragem de tirar uma hora para ouví-la? Você não irá se arrepender.
Ou melhor, espero que se arrependa, de verdade.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

John Piper – Aos Pregadores da Prosperidade: Preservem o Sal e a Luz

Fonte: [Voltemos ao Evangelho]

O que há nos cristãos que faz deles o sal da terra e a luz do mundo? Não são as riquezas. O desejo por riquezas e a busca de riquezas têm sabor e aparência do mundo. Desejar ser rico nos torna como o mundo, não diferentes. Justo no ponto onde deveríamos ter um sabor diferente, temos a mesma cobiça maliciosa que o mundo tem. Neste caso, não oferecemos ao mundo nada diferente do que ele já crê.

A grande tragédia da pregação da prosperidade é que uma pessoa não tem que ser acordada espiritualmente para abraçá-la; ela precisa apenas ser gananciosa. Ficar rico em nome de Jesus não é o sal da terra ou a luz do mundo. Nisto, o mundo simplesmente vê um reflexo de si mesmo. E se eles são “convertidos” a isso, eles não foram realmente convertidos, mas apenas colocaram um novo nome numa vida velha.

O contexto na fala de Jesus nos mostra o que o sal e a luz são. São a alegre boa vontade de sofrer por Cristo. Eis o que Jesus disse:

“Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós. Vós sois o sal da terra... Vós sois a luz do mundo.” (Mateus 5:11-14)

O que fará o mundo saborear o sal e ver a luz de Cristo em nós, não é que amemos as riquezas da mesma forma que eles amam. Pelo contrário, será a boa vontade e a habilidade dos cristãos de amar aos outros em durante o sofrimento, a todo tempo exultando porque seu galardão está nos céus com Jesus. “Regozijai-vos e exultai [nas dificuldades]... Vós sois o sal da terra.” Salgado é o sabor da alegria nas dificuldades. Esta é a vida inusitada que o mundo pode saborear como diferente.

Tal vida é inexplicável em termos humanos. É sobrenatural. Mas atrair pessoas com promessas de prosperidade é simplesmente natural. Não é a mensagem de Jesus. Não é aquilo que ele alcançou com sua morte.


Bom, eu recomendo também que você leia todos os outros artigos de uma série sobre teologia da prosperidade baseadas nas mensagens do John Piper que o blog Voltemos ao Evangelho postou.

John Piper - Jesus adverte os que buscam sinais e os falsos profetas

Triste ver que isto está acontecendo tanto nos nossos dias...

John Piper - A Bíblia não é chata. Avatar é chato!


Via: Bereianos

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Precisamos de intimidade com Deus


“Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor” (Os 6:3)

Deus quer que a gente o ame intensamente, de todo o nosso coração, este é o primordial mandamento que Jesus nos deu (Mt 22:37-38). Para amá-Lo precisamos primeiramente conhecê-Lo muito bem, pois é impossível amar intensamente quem não conhecemos e nem quem não faz parte de nossa vida. Quando a gente sente dificuldade em amar a Deus acima de tudo é sinal de que falta algo, dos quais, por experiência própria, posso destacar: falta de disposição e falta de intimidade. Precisamos nos dispor a amá-Lo, precisamos gastar mais tempo buscando o conhecimento e a presença dEle para aprender a amá-Lo. Sem gastar tempo na leitura da bíblia e sem oração nunca vamos nos aproximar de Deus, nunca teremos um relacionamento mais próximo com Ele.
Tenho que aprendido que o maior privilégio que podemos ter na vida é de desfrutar da intimidade de Deus. E ter esta intimidade não é fácil, requer muita renúncia de nossa parte. Temos que abrir mão de nós mesmos pra ter o melhor de Deus: a sua companhia.

Deus nos chama pra caminhar junto. Ele caminhou junto com o povo de Israel no deserto, através de uma nuvem e de uma coluna de fogo; isto era como se Ele estivesse ali, literalmente caminhando. Mais tarde Ele, através de Jesus, caminhou junto com o povo de novo, pra mostrar como se faz pra agradar a Deus, pra demonstrar indiscutivelmente que se importa com a gente. Estes pequenos exemplos por si só já mostram que Deus caminha junto com a gente, não tenho dúvida disto. Jesus chamou de amigos aos seus discípulos, aqueles a quem ele compartilhava das coisas que ele recebia de Deus (Jo 15:15). Se verdadeiramente somos discípulos, olha só o privilégio que temos: somos amigos de Cristo e amigos de Deus, afinal Jesus é Deus. Não merecemos a amizade de Deus, mas mesmo assim ele está disposto a ser nosso amigo próximo. Mas uma coisa que me perturba às vezes é a sinceridade de meu coração para com Deus. Um amigo que não é sincero com o outro somente o afasta, nunca haverá uma cumplicidade, uma confiança; é assim na nossa vida na terra e não é diferente com Deus. Se parássemos pra pensar, quando não somos pessoas confiáveis com alguém perdemos a oportunidade de uma amizade mais íntima com ela. Deus quer ter intimidade com a gente, Jesus encarnou pra nos salvar e neste ato de salvar Ele se aproximou de nós, procurou amizade, procurou amigos, nos fez até co-irmãos com ele. Deus conhece nosso coração melhor que a gente mesmo, muitas vezes nos enganamos a nós mesmos, mas a Ele não. Temos que pedir a Deus um coração sincero, que o queira sinceramente, que o ame sinceramente, do contrário de nada adiantará nossa caminhada cristã.

Encontrei na internet esta definição de Intimidade:
s.f. Caráter do que é íntimo, secreto.
Amizade íntima, relações íntimas: viver na intimidade de alguém.
Na intimidade, entre íntimos; no recesso do seu lar.

Algumas destas definições me chamaram a atenção:

1) Secreto: Quando se é íntimo de alguém segredos são revelados. Sem intimidade não terei ciência de alguns “segredos” de Deus. Lógico que Deus não revelará todos os seus segredos a nós, mas a alguns deles tenho certeza de que Ele está “doido” para nos revelar, pois Ele deseja que TODOS cheguem ao PLENO conhecimento da verdade (1 Tm 2:4). Mas isto só vai acontecer à medida que caminharmos junto com Ele, em obediência (o que tenho aprendido ser primordial). Muitos de seus “segredos” estão “ocultos” na sua Palavra, pois somos incapazes de enxergá-los por nós mesmos, precisamos de uma “forcinha extra” pra ver. Como enxergaríamos no escuro? À medida que caminhamos juntos com Jesus, nos aproximamos da verdade, nos aproximamos da luz. Só Jesus pode nos fazer enxergar a verdade, Ele é a própria Verdade e a própria Luz. Ele foi para o Pai, mas deixou seu Espírito Santo para ensinar as coisas pra nós.

2) Viver na intimidade de alguém: Se conviver com uma pessoa bacana já é muito bom, imagina então conviver com Deus, através de Jesus? Como seria maravilhoso isto? Tem idéia? Voltando a fazer uma analogia com nossa vida, é impossível a gente viver na intimidade de alguém se a gente entra constantemente em conflito ou discordância com ela. Concorda? Intimidade requer afinidade, isto é, temos que gostar das mesmas coisas. Ninguém anda com gente que não tem nada a ver com ele. Como podemos conviver com Deus então? Bom, pra mim não tem como fugir a uma regra obrigatória: pra conviver com Deus de forma harmoniosa é necessário ter afinidades com Ele, coisas em comum. Mas eu sou pecador, imperfeito e impuro, como fazer então? É simples: pra conviver na intimidade de Deus eu tenho que andar junto de Seu Filho (Jesus). E pra andar com Jesus eu não posso seguir meu próprio caminho, eu tenho que imitar a Cristo. Tenho que imitá-Lo porque primeiramente eu sou falho e pecador, sou egoísta, olho mais os meus interesses e me esqueço facilmente de Deus. E em segundo lugar porque Ele não vai me imitar NUNCA; Jesus é perfeito, não precisa mudança, e ainda tem o fato de que quem manda é Ele. Somos um grão de areia, um nada perante Ele, temos de ter consciência de que nós é que precisamos dele e não o contrário.

3) No recesso do seu lar: Normalmente os amigos íntimos frequentam a casa um do outro, é assim aqui na Terra, eles tem liberdade de acesso ao lar um do outro. A bíblia diz que somos o templo do Espírito Santo (1 Co 6:19). E a bíblia ainda vai mais além, afirma que Ele habita em nós (1 Co 3:16)!!! Se formos íntimos de Deus, se andarmos nos passos de Jesus, Ele certamente frequentará a nossa casa!! Nosso coração será sua morada! Bom, se convidarmos Jesus pra entrar em nosso coração Ele vem fazer morada pelo Espírito, não é verdade? Pois bem, a casa que moramos é decorada de acordo com nosso gosto, a gente coloca os móveis no lugar que a gente quer, pinta da cor que a gente quer, limpa quando a gente quer, etc. Fazemos isto pra ficarmos num ambiente o mais agradável possível, mais “a nossa cara”. Se a gente é assim, será que com Jesus seria diferente? Alguém acha que o Rei dos Reis vai habitar uma casa imunda? Certamente que não! Isto exige de nós uma entrega, temos que deixá-Lo a arrumar a casa do gosto dEle e aí mora o problema de todo ser humano: a gente quer ter o controle da nossa casa, quer manter a maioria das coisas no mesmo lugar que deixamos. Mas Jesus quer arredar os móveis do lugar, trazer novos móveis, jogar tantos outros fora, limpar a sujeira - quer seja as escondidas debaixo do tapete ou aquelas à vista mesmo - , quer pintar a parede e dar um colorido diferente, e talvez até uma reforma estrutural ele precisa fazer pra colocar as coisas em ordem. Jesus sabe que na verdade somos péssimos decoradores de interiores, que guardamos muito lixo, sabe que a gente “mora mal” pra caramba e que a verdade é que a gente infelizmente se acostumou com uma casa que está de um jeito, mas foi projetada por Deus para ser bem diferente. Nosso coração é esta casa e precisa estar limpo perante Deus, e também deve ser de carne, não duro como pedra (Ez 11:19-20).

Temos que pedir a Deus para mudar em nossas vidas tudo aquilo que não é do agrado dEle. Ele não é um Deus vingativo, pelo contrário, é misericordioso e bom. Longe de nós querermos apenas as bênçãos de Deus como muitos fazem hoje em dia, não devemos buscá-Lo apenas pra receber algum favor, mas buscar principalmente pra receber do seu caráter, do seu amor. Se a gente tem uma amizade sincera com alguém, o que menos interessa é o que este amigo vai nos oferecer, basta a alegria de compartilhar de sua companhia. Mas para usufruirmos da sua companhia temos que andar nos caminhos que Ele mesmo quer que andemos. Que a gente possa querer isto do Senhor, amizade íntima e sem interesse. O que podemos nós dar a Deus? A vida? Grande coisa! Na verdade não temos nada pra oferecer, pois não é a gente que dá a vida pra Deus, foi Ele quem nos deu a Vida, seu filho Jesus, há 2 mil anos atrás. Sem Ele não existe vida alguma, se formos analisar.

O que quero dizer com isto? Eu preciso mudar continuamente!!! A palavra certa é preciso mesmo! Mesmo se eu não quiser mudar, eu preciso!!! Uma criança pequena não quer tomar banho, não quer comer direito, mas precisa! É assim com a gente. Jesus não veio passear aqui na Terra, Ele veio dar a nós aquilo que não merecemos: a salvação, uma chance de sermos reconciliados com Deus e nos trazer pra perto de Deus. E este “perto” não é só na eternidade, começa aqui na Terra mesmo. Porém, muitas vezes eu o espanto com minhas atitudes e escolhas. Vamos pedir a Deus para mudar nosso querer, nos moldar ao querer dEle. Isto é bom e aceitável perante Ele. Aquele que começou a boa obra em nós irá completá-la (Fp 1:6).

O Senhor não merece que o amemos em parte, merece o todo, merece infinitamente mais do que podemos oferecer. Jesus comprou-nos com seu sangue, e sangue inocente e puro. Quando Ele se deixou crucificar ele se entregou por inteiro em nosso favor. Ele não pediu pra crucificarem só uma mão, ou só uma perna; não, ele se entregou por completo. Da mesma forma nosso coração tem que estar inteiro na mão de Deus, pois Jesus deu este exemplo, não temos o direito de querer reter nenhuma parte dele.

Jesus disse quando estava voltando pro céu: “Eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século” (Mt 28:30). Agora basta a gente querer de verdade usufruir desta companhia. Temos que buscar sempre estarmos mais pertos de Deus, caminhar na vontade dEle, obedecer ainda que seja difícil. Certamente que o mundo e as pessoas farão chacota, não entenderão, mas qual opinião é mais importante sobre mim? A de Deus ou a dos homens? Temos que aprender a dar valor a quem nos deu valor mesmo nós não merecendo.

A intimidade do Senhor é para os que o temem, aos quais ele dará a conhecer a sua aliança.” (Salmos 25:14) 

Bom, imagino que conhecer esta aliança de amor deve ser algo tremendo! Que todos nós possamos conhecê-la!
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...