sábado, 16 de abril de 2011

Risco duplo

Há alguns bons anos atrás (não tantos assim, ainda sou um jovem mancebo...risos...) assisti um filme chamado Risco Duplo. O filme era sobre uma mulher que saiu para velejar com o marido e acordou suja de sangue, sozinha e com uma faca ensaguentada na mão. O corpo do marido não foi encontrado no barco (parecia ter sido jogado no mar) e ela foi condenada por homicídio injustamente. Depois de uns 10 anos na prisão ela descobre sem querer que o seu marido está vivo e fugiu com seu filho e uma ex-amiga, só não sabe onde estão. Segundo o filme a justiça americana aborda um caso interessante, chamado risco duplo; ela estabelece que uma pessoa não pode ser condenada mais de uma vez pelo mesmo crime. Sendo assim, como ela já estava pagando pelo assassinato ela poderia matá-lo sem problema nenhum, pois já tinha sido condenada por isto. Ao conseguir liberdade condicional ela começou uma investigação "secreta" para encontrar o filho e o marido e se vingar.

O resto do filme eu não vou contar em respeito a você, querido(a) leitor(a), afinal não sei se você já o assistiu. Entretanto, se for assistir, fique bem atento(a) no final quando ela vai matar o marido numa igreja Universal mas é liberta do demônio Exu Vingador. Aí ela aceita Jesus, dá o dízimo e uma oferta de fé e ela tem seu casamento restaurado e sua vida é toda restaurada se tornando uma empresária de sucesso no ramo de jóias (...risos... é claro que estou zoando, o final não é este, na verdade ela atirou nele na gruta dos milagres e a bala não perfurou e voltou contra ela...).

Bom, voltemos ao texto, não quero chamar a atenção para o filme em si, mas para esta "brecha" da lei americana chamada risco duplo (não sei se é fictícia). O que ela tem a ver com nossa vida cristã? Muito, eu diria. Jesus foi condenado por todos os nossos pecados cometidos (passados e futuros), tudo já foi pago e nenhuma condenação há para os que estão Nele e glória a Deus por isto! Mas muitas vezes agimos igualmente àquela mulher, usamos de uma "impunidade legal" para cometemos obstinadamente nossos "delitos criminosos" (pecados), por sabemos que eles já foram julgados e condenados, não sendo mais passíveis de condenação eterna para nós.

É muito fácil afrouxarmos nossa vigilância no que se diz respeito a santidade ao vislumbrarmos a graça de Deus. A gente não costuma valorizar o que vem de graça, o que vem fácil. E o sacrifício de Cristo veio fácil demais para nós, veio de mão beijada, a redenção caiu no nosso colo, e muitas vezes abusamos da liberdade que temos Nele para cometermos de novo e de novo algum "crime" nosso que O condenou em nosso lugar. A verdade é que banalizamos o sacrifício de Jesus e O crucificamos novamente quando escolhemos conscientemente pecar por pecar, por acharmos ser uma coisa "natural" do nosso ser, por mais bobo e inofensivo que pareça ser o pecado.

Todos nós somos pecadores, isto é um fato, nossa natureza é pecaminosa e o pecado (força) habita em nós e sempre seremos vítimas dele. Mas esta força pecaminosa não tem mais o mesmo domínio de antes sobre a gente; se temos o Espírito Santo e fomos chamados a ser nova criatura então fomos capacitados a resistir à tendência natural de pecar. Fomos capacitados a viver de uma forma que agrade ao Senhor. Isto porém não significa que não vamos pecar, vamos sim (e muito!), mas o pecado deixa de ser uma regra para ser uma exceção e infelizmente nos esquecemos que deveria ser assim.

O capítulo 6 do livro de Romanos nos alerta quanto a este tipo de coisa, coloca um limite em nossa liberdade apesar da Graça e nos chama a uma vida liberta da escravidão do pecado (força). É um chamado a uma auto-análise e devemos ser francos, sem justificativas falsas que nos escondem covardemente em nossa fragilidade e corruptibilidade humanas; é um pedido escancarado para nos esforçarmos em levar uma vida santa apesar de sempre estarmos sujeitos a repetir os mesmos erros; é um alerta pra não fazermos do erro uma rotina banal que entristece nosso Senhor.

Sigamos imperfeitos, pecadores, porém afastando de nossa vida todo o "risco duplo" que muitas vezes assumimos, afastando tudo que sabemos que não agrada a Deus, profundamente desejosos de agradá-Lo. Lembremos também que santidade é mais que ter um coração puro, uma vida pura, implica também em amar o próximo e se importar com ele, implica em amar a Deus acima de tudo e se entregar a Ele.

4 comentários:

  1. Parabéns, revelador esse post.
    Gosto da sensação de "amar o próximo", isso me faz chegar mais próximo de DEUS, mesmo sendo limitada, com pecado(força....sic. Penso que tudo isso, é uma ato de AMOR e entrega a DEUS. Obrigada...Quase esqueci...o final do filme é DEMAIS!!!

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  2. Obrigado por comentar, Fabíola! Deus te abençoe!

    O final do filme é realmente TREMENDO!!! Ô GRÓRIA!!!
    rsrs...

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  3. Mano...

    Hoje tô vindo espiar o blog de alguns amigos e o teu ñ podia ficar de fora: post excelente, analogia perfeita e o filme vale ser assistido...rs

    Continue sempre e sempre a escrever!

    Sua vida nos abençoa muito!

    =)

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