domingo, 20 de março de 2011

Motivações desfocadas

Você já tirou uma foto totalmente fora de foco? Conseguiu ver direito o que queria? Serviu pra alguma coisa a foto? Acredito que não, não é verdade? Agora imagine que você está fazendo algo "pra Deus" e aquilo que te impulsiona, te motiva a fazê-lo, é aquela fotografia que você tirou. Se o seu foco for como o da sua máquina, qual seria o resultado? Satisfatório?

É possível não estarmos com o foco principal em Deus até mesmo quando parecemos estar, mas geralmente achamos que isto só acontece com os outros. Dizemos que tem pessoas que pregam com eloquência e usam frases de confiança só para arrancar aplausos. Dizemos que tem "adoradores" que O adoram só para se exibirem, mostrar o quanto são talentosos. Dizemos que tem quem faça o bem para causar boa impressão, ser chamado de "bom cristão", etc. Sabemos que muitas pessoas agem assim, mas nós mesmos não sabemos quando agimos assim, ou fingimos não saber. Seja qual for o ministério da pessoa, pregar, cantar, tocar, escrever, servir, nada que ela faça deveria ser para sua própria honra ou benefício.

Nosso coração nos engana demais, não são poucas as vezes que fazemos o certo pelos motivos errados, é algo mais comum do que imaginamos, basta pensarmos um pouco mais sobre nossas motivações em cada detalhe da nossa vida cristã. Talvez não façamos o que algumas pessoas fazem mas fazemos algo parecido, e sem perceber. Por exemplo, muitas vezes nos sacrificamos em obediência a Deus mais desejosos dos frutos que vamos colher dela do que o que ela representa pra Deus. Nossa obediência deveria ser motivada pela alegria que ele vai proporcionar ao coração de Deus e não à alegria que Ele vai nos proporcionar por sermos obedientes a Ele. Nosso "sacrifício de louvor" deve ser para alegria Dele, não a nossa, ainda que Ele nos dê abundantemente de Sua alegria por sermos fiéis, afinal Ele quer nosso bem.

É muito comum também vermos pessoas sendo incentivadas a ofertar na igreja ou a doar ao próximo pelo fato de que Deus as abençoará. A bíblia nos ensina claramente que Deus abençoa quem ajuda o próximo, que Deus retribui a generosidade numa medida maior (isto não quer dizer necessariamente na mesma "moeda"), não questiono a retribuição mas a pergunta que faço é: "Qual a nossa motivação em dar e ofertar?". Seria receber algo em troca? Ajudar porque Deus vai nos recompensar? Ou fazemos isto simplesmente porque Ele se agrada que o façamos? Eu fico triste de ver às vezes alguém incentivar as pessoas a serem generosas usando este argumento de que Deus as abençoará, mas se sabemos que Ele quer que façamos tudo por amor nossa motivação deveria ser o próprio amor. O amor não espera algo em troca, não dá para receber.

O que nos move a fazer algo pra Deus deveria ser nosso amor por Ele, pois foi o amor que Ele tem por nós que O moveu a se fazer homem e subir naquela cruz. O único "interesse" do amor é fazer o que é bom para quem é amado, é servir, é se doar. E o nosso amor por Ele deve fazer-nos querer a glória Dele, pois Ele deseja ser glorificado, só Ele é digno de glória. Não faríamos nada se não fosse pela graça que Ele nos dá.

Por trás de nossas escolhas e ações tem sempre uma ou mais motivações. Cabe a nós identificarmos todas elas e avaliarmos se são agradáveis a Deus ou não. Se uma foto fora de foco não serve pra nada, como que nossas motivações fora do foco correto terão valor pra Deus? Ele sabe o que está por trás de cada coisa que fazemos, podemos nos enganar a nós mesmos, mas a Ele não.

Devemos nos lembrar que tudo que Jesus fez foi para a glória do Pai, foi para agradá-Lo, e não a si mesmo. E para Sua própria glória que Ele nos ama e quer ser amado e servido por nós.

domingo, 13 de março de 2011

Deus e a catástrofe japonesa

Esta semana ficamos todos impressionados com as imagens que vimos do terremoto e do tsunami no Japão. Nunca tivemos tantas imagens de uma catástrofe de tsnunami como vimos agora. Porém, para mim, mais impressionante do que as imagens é a postura de pensamento de alguns religiosos (evangélicos) sobre as razões de tamanha tragédia.

Para alguns tudo isto é castigo do Eterno sobre aquele povo por não reconhecerem Jesus como Senhor e Salvador, terem seus "ídolos", etc. Mas quem tem a capacidade de sondar o coração de Deus para afirmar isto? Ninguém pode!!! E muitos nesta linha de pensamento não se compadecem de um povo, gente como nós, que agora sofre com a perda de muitas vidas preciosas e com a destruição de suas casas, muitas vezes fruto de toda uma vida de trabalho. O amor é um sentimento que só vale entre eles, imagino, afinal todos os povos que não obedecem às escrituras são "odiados" por Deus, infelizmente não é assim que muitos deles pensam? E se for mesmo algum castigo por "ira divina" o Japão pode estar pagando por toda a humanidade, inclusive pela violência em nosso país, será que pensaram nisto os santarrões?

Já para outros, Deus é amor e de maneira nenhuma faria este tipo de coisa, permitir ou ordenar uma tragédia. Pensam que se isto aconteceu Deus não tem nada a ver com a história, só aconteceu porque Ele não sabia e foi pego de surpresa, não deu pra fazer nada e Ele está sofrendo muito por não poder ter evitado. Então concluo que nesta linha absurda de pensamento Deus não tem poder algum sobre os acontecimentos, é tão impotente como nós humanos, não é mesmo? E se a bíblia fala abertamente da soberania de Deus o que vale a bíblia para este povo que pensa isto? Nada? De que valeram os anos estudando as escrituras? Nada? Um famoso e polêmico pastor (Ricardo Gondim) disse no twitter, com outras palavras, que é preciso mudar os pensamentos, mudar a teologia, mudar os conceitos porque o mundo está mudando, evoluindo. Disse também que um "deus" que comanda uma catástrofe e causa sofrimento é um demônio e deve morrer. Pelo que ele deu a entender no twitter (numa conversa com um japonês) ele segue a mesma linha de pensamento destas religiões orientais sobre Deus e que a nossa bondade é o que vai nos salvar, Deus criou o mundo e se retirou, deixou no piloto automático.
Nada contra mudar os pensamentos, é saudável e necessário para nós, mas isto não é desculpa pra jogar literalmente no lixo tudo o que a bíblia afirma sobre o que Deus é e o que Ele fez e faz na sua incompreensível justiça e nos seus insondáveis propósitos. Evoluir não é mudar a Deus, mas mudar a nós mesmos. Se sabemos que Deus é imutável, isto é claramente uma apostasia! As palavras do pastor Gondim me deixam perplexo (mesmo sabendo que no tsunami de 2004 ele também andou falando bobagem) porque a bíblia é clara ao afirmar que Deus está no controle de TUDO, Ele traz a bênção, mas também é Ele que trazia a peste e a fome, Ele que mandava as nações afligir a nação de Israel, mandou inclusive a Babilônia destruir quase por completo a Israel e depois disto Ele também mandou que a Babilônia fosse destruída, bem como diversos povos. Isto está tudo registrado lá no Velho Testamento, e o próprio Jesus deu COMPLETO CRÉDITO ao Velho Testamento, Jesus conhecia as escrituras e as recitava e falava que elas testificavam Dele e que era erro nosso não conhecê-las!!!

Seria Deus um deus mal? De modo algum!!! Ele sabe o que faz, nós é que não entendemos! E Ele não explica o porquê de suas ações e nem tem a obrigação de explicar! O ser humano quanto mais intelectual quer ser mais distante de Deus ele fica, infelizmente a verdade é esta. Troca a fé pela razão, pelo que os olhos conseguem ver, se esquece de que temos alma e a vida aqui na Terra é passageira e Deus é espírito e não olha a nossa morte como nós olhamos. Se esquece que a nossa vida aqui não é o fim, estamos aqui por um breve tempo só.
Eu creio que Deus decretou que ia acontecer este terremoto e muitos outros virão pois o fim se aproxima e Ele já determinou que isto iria acontecer. Eu não sei a razão disto, mas por mais que eu não entenda Seu modo de agir Ele é sim AMOR! E por Ele ser amor sei que Ele se compadece dos japoneses, sei disto porque Ele se compadecia das nações apesar de todo o mal que Ele os fez passar por causa da própria maldade deles. Enfim, ainda que supostamente seja por castigo pelos próprios pecados da nação, Ele certamente ama o Japão.

O nosso papel é apenas orar pelo Japão, não é tentar achar explicações mirabolantes para o que pode ser incompreensível para nós, nem questionar a Deus e colocá-Lo contra a parede, isto é coisa de cristão imaturo! É hora de crer na bondade de Deus e que Ele vai ajudar as pessoas a recontruírem suas vidas.

quarta-feira, 9 de março de 2011

O que fazer?


Quando o coração se encanta

quando o encanto se esvai
quando o vazio é o que resta
O que fazer?

Quando o amor é infinito
quando o infinito um dia acaba
quando se acabam as expectativas
O que fazer?

Quando o presente é uma lembrança
quando a lembrança é uma ferida
quando a ferida não cicatriza
O que fazer?

Quando a solidão é a companhia
quando a companhia é a própria sombra
quando a sombra abandona
O que fazer?

Quando o riso é fingido
quando o fingimento só disfarça
quando o disfarce é descoberto
O que fazer?

Quando as estrelas não brilham
quando o brilho não ilumina
quando a luz já não guia
O que fazer?

Quando a noite termina
quando termina o sonho
quando o sonho não desperta
O que fazer?

Quando o sol não sai
quando a saída é tentar de novo
quando o novo é mais do mesmo
O que fazer?

Quando nos sentimos perdidos
quando perdemos para nossas limitações
quando limitamos nossa força
O que fazer, senão confiar e esperar em Cristo?

terça-feira, 8 de março de 2011

Dia da Mulher, uma homenagem diferente

Esta é uma singela (e çéria) homenagem do blog a você, mulher...
A você, mulher idependente, que não depende de uma máquina para lavar as roupas da família
A você, mulher habilidosa, que pilota bem o seu Auto-cleaning Dako 6 Bocas Turbo
A você, mulher ousada, que faz altas manobras radicais em sua prancha de passar roupas
A você, mulher forte, que levanta o sofá pra varrer debaixo dele
A você, mulher sonhadora, que sonha um dia ganhar de presente uma lava-louças
A você, mulher de fé, que acredita que seu marido ainda vai te ajudar na limpeza
A você, mulher prática, que usa Veja pra tirar a gordura da cozinha
A você, mulher criativa, que inventa maneiras práticas de cuidar da casa
A você, mulher pensadora, que pensa sempre em manter o chão limpo
A você, mulher inteligente, que decora páginas e páginas de livros de receitas
A você, mulher gatinha, que faz manha até pra lavar os copos
A você, mulher administradora, que organiza bem os espaços da casa
A você, mulher valorosa, que cobra do marido um reconhecimento por seu trabalho
Enfim, a todas as mulheres do sexo feminino e possuem cromossomos XX!

Mas, falando sério de verdade desta vez...

Mulheres são a expressão máxima de ternura da criação
Lindas como uma flor
Doces como o mel
Radiantes como o sol
Suaves como uma brisa
Indispensáveis como a água
Definitivamente o mundo não teria a menor graça sem vocês.


Parabéns pelo seu dia e obrigado por existirem! :)


**Apesar da brincadeira, este blog respeita e ama muito vocês, viu? (Sua linda! #pedreirofeelings ...risos...)

domingo, 6 de março de 2011

O cinema e nossas ilusões

Recentemente aconteceu mais uma entrega do prêmio Oscar de cinema, todo mundo ficou curioso pra saber quem seriam os premiados, o melhor filme, os melhores atores e atrizes, etc. Nestes acontecimentos me lembro da influência que o cinema e a TV pode ter sobre nós quando nos deixamos levar pela fantasia.

Às vezes acho que sonho pouco, outras vezes acho que muito, e algumas vezes sonho não alto, mas profundo demais. Tenho coração mole pra algumas coisas e às vezes odeio me deixar levar por sonhos "holywoodianos", por assim dizer. O cinema desperta algumas emoções e alguns sonhos que temos dentro de nós. Quem nunca assistiu um filme e não se emocionou? Quem nunca viu uma história cinematográfica de amor e ficou triste por não ter ninguém, ou por ter perdido alguém, ou por não ter tido uma história assim?

Há uns 6 anos atrás, numa reunião de uma célula da igreja, uma mulher por volta de 45 anos, solteira e mãe de uma filha já moça, disse que não assistia mais filmes com temática romântica porque cansou de sofrer, de sonhar com uma coisa que ela disse que nunca vai acontecer com ela: encontrar alguém, viver um amor verdadeiro. Eu nunca me esqueci disto, não sei porque, mas deve ser porque eu sentia pena de sua sensação de solidão, de não ver um sonho tão importante não realizado, ou por achar que talvez ela fantasiasse demais, queria transformar ficção em realidade. Hoje eu sinto uma pena a mais por ela, a de ela ter desistido de acreditar que ainda tem jeito, mesmo que diferente do esperado, que a vida não acabou. Tenho uma tia que foi se casar só com uns 50 anos e vive muito bem com seu marido. Certas coisas nos abatem mesmo, mas não podem nos tornar céticos quanto a uma mudança, uma reviravolta na vida.

Seria tão bom se a vida fosse uma comédia romântica, daquelas divertidas, com reviravoltas, mas com um final feliz e tudo nos conformes. Eu não fico fantasiando roteiros de histórias de amor, como as situações de conquista e descoberta da mulher da minha vida e tudo mais (já fiz isto), mas a fantasia que mais tive vontade que acontecesse comigo fosse aquele clichê cinematográfico onde o rapaz e a moça, desde a infância ou adolescência, são os melhores amigos e com o tempo a amizade se transforma em amor e ambos descobrem que nada valeria a pena se os dois não ficassem juntos, mesmo eles sendo pressionados pelos amigos a ficarem com todos(as) do colégio, eles só conheceriam um ao outro, mais ninguém. Nunca liguei pra quantidade, se eu pudesse ter escolhido um roteiro pra minha vida sentimental teria sido este, mas nos meus trinta e poucos anos me acho velho demais pra isto (risos), embora a idéia da amizade evoluir pra algo mais profundo ainda seja a que mais me atraiu a vida toda, mas isto poderia levar muitos anos e eu já perdi tanto tempo, minha solidão tem pressa.

Algumas histórias te marcam, você de alguma forma as absorve, e geralmente acontece porque ou você se identifica com algum personagem ou queria viver algo assim, mesmo sabendo que é fictício. Por exemplo, uma das histórias que mais me marcaram foi a de Ross e Rachel da série Friends (minha série predileta). Em muitos aspectos me enxergo na personalidade do Ross, como quando não contava pra Rachel o que sentia por ela desde muitos anos, por julgá-la inatingível, já que ela não o via como homem, apenas o irmão bobo da amiga (#fato). Anos mais tarde se tornou um bom amigo dela e ainda assim achava que nunca teria chance, pois ela só o via como amigo, só foi descoberto porque seu amigo Chandler o entregou sem querer. A sensação de "ela é demais para mim" ou ela nunca vai me notar sempre me atormentaram desde criança também. É até engraçado, o fracasso do personagem Chandler com as mulheres também me fazia identificar um pouco com ele neste aspecto, e a gente faz piada de nós mesmos também, enfim, nos vemos nas semelhanças com cada personagem. Mas ainda preciso superar alguns complexos que nem sempre são reais, apesar de baseados na experiência adquirida ao longo da vida. (Só pra constar, eu não fantasio a história deles pra minha vida, Ok? ...risos... Detestaria a idéia de ver minha "Rachel" com outros e eu a ver navios...risos...)

O cinema também pode ser visto como uma janela que mostra sonhos escondidos em nossa alma e ainda não tínhamos idéia de que estavam lá. Pode nos despertar para algo que não havíamos sequer imaginado e influenciar nossa vida tanto positivamente quanto negativamente, pois o cinema é um formador de opinião também. Ele pode te fazer mal? Sim, mas só se você se deixar influenciar por uma coisa que não deveria, como muita gente faz. Por outro lado pode abrir horizontes, dependendo do assunto, basta nosso filtro estar apurado pra reter o que é bom e descartar o que é ruim.

Não somos mais crianças que ficam atemorizadas por ter visto um filme de terror e ficam com medo de escuro ou de algo que as faça lembrar das cenas do filme, já crescemos. E se não podemos agir mais como crianças tampouco podemos agir como alienados que fantasiam uma vida irreal, uma história absurda e impossível só porque é bonitinha e romântica, sabemos que é ilusão. Nem podemos desejar uma vida fictícia que sabemos ser totalmente fora da vontade de Deus, por mais divertida que ela seja na tela da TV.

Somos todos roteiristas, escrevemos nossa história, mas o roteiro de nossas vidas deve estar entregue nas mãos Daquele que é o supremo criador e diretor do nosso filme chamado "Eu, pessoa". Jesus certamente tem um script melhor que os nossos sonhos, ainda que o melhor Dele seja um filme difícil de entender. Se sonhamos viver uma comédia, talvez no script Dele esteja um drama, e se isto aconteceu certamente é porque tem um propósito melhor que a nossa comédia, pode apostar nisto. Mas é bom lembrar que às vezes vivemos um drama por causa dos nossos próprios erros, porque saímos do script original Dele e nos lascamos. Felizmente Ele sempre tem um roteiro adaptado para estes casos e vai nos ajudar a suportar as consequências desta saída.

No filme que Jesus escreve pra nós não há impossíveis, quero dizer com isto que as nossas fantasias ilusórias não estão no Seu script, mas somente os sonhos saudáveis. O final deste filme já sabemos, e sabe do melhor? É muito bom saber este final antes de assistir todo o filme, pois é a certeza da nossa vitória, a certeza que estaremos ao lado Dele na glória. É isto que nos traz esperança e paz nas cenas dramáticas da vida.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...