domingo, 26 de junho de 2011

Quando mergulho pra dentro de mim

Quando mergulho pra dentro de mim vejo um velho homem crucificado, mas na verdade suas mãos não estão pregadas, nem seus pés. Ele só está ali por conveniência, talvez por não ter mais aonde ir, quando quer sai para fazer o que sempre gostou e que o destrói sem perceber.

Quando mergulho pra dentro de mim vejo alguém que nasceu de novo mas nunca se livrou totalmente das más lembranças pra viver o que esta nova vida tem para ele. O novo de certa forma o assusta tanto quanto o velho ainda o atormenta.

Quando mergulho pra dentro de mim eu vejo um coitado que mendiga o amor como se mendigasse uma moeda de 10 centavos, seria cômico se não fosse patético. Apesar de saber que tem valor, ele não acredita de verdade, mais ou menos como diz uma bela canção: "eu sinto que existo, mas falta alguém pra chegar e dizer".

Quando mergulho pra dentro de mim ouço vozes que proferem mentiras sobre mim, mas, por mais que sejam mentirosas, me convencem ao ver nos outros e em minha vida que elas não deixam de ter uma certa razão.

Quando mergulho pra dentro de mim vejo um menino que não cresceu, apenas ficou mais velho e não viveu o que poderia ter vivido. Este menino já não brinca como antes, está cansado dos velhos brinquedos e, ao mesmo tempo que se acha cru demais para certas coisas, já se julga velho demais recuperar um pouco do que perdeu.

Quando mergulho pra dentro de mim vejo um cara congelado em um grande bloco de gelo, mas dá pra perceber que ele está consciente, seus olhos estão abertos e parece que ele se vê ali, mas não consegue fazer nada pra sair e isto parece o congelar mais ainda. Sua expressão muda às vezes, provavelmente quando se desliga pra imaginar-se aquecido pelo calor que talvez um dia o vá libertar de todo aquele gelo.

Quando mergulho dentro de mim vejo sonhos empoeirados, vejo também sonhos que provavelmente não são pra acontecer e insistem em existir, mesmo contra a vontade. Apesar deles não terem envelhecido já não tem o mesmo vigor motivacional que eram pra ter, talvez porque no fundo espero um dia não sonhar os mesmos sonhos de antes, ao menos os que não vão acontecer.

Quando mergulho dentro de mim vejo um impostor que dia após dia me sabota e com a cara lavada diz que está tentando me proteger de alguma frustração, mas no fundo ele quer me ver só. Este impostor também precisa da luz de Cristo, precisa ser confrontado com Ele dia após dia, pois ele também faz parte de mim, de quem sou.

Quando mergulho pra dentro de mim vejo que não sou nada sem Ele, vejo que preciso da graça Dele pra viver, pra lutar, pra vencer a mim mesmo. Vejo também que me tornei alguém que não queria ser, mas clamo ao misericordioso Oleiro que despedace este velho vaso e faça um novo, totalmente diferente do velho e muito parecido com Seu Filho, Jesus. E que o novo traga esperança e ajude a expandir o Seu Reino neste mundo que tanto carece de conhecer o Seu amor.

2 comentários:

  1. Que bom q voltou, eu tbm mergulhei e de certa forma estou meio submersa, mas uma Mão sempre nos alcança,
    Bjs

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  2. Alcança sim, mais dia menos dia nos alcança!
    Bjo, mana querida!

    PS: Voltei ainda não, acho que ainda vou ficar escondido por um bom tempo, mas pretendo escrever pro blog neste período. Comecei a escrever outra coisa dias atrás e parei na metade, mas hoje, depois que levantei, pensei nestas coisas e resolvi registrar.

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